domingo, 8 de janeiro de 2017

O Local, o Territorial ou o Regional versus o Global


Este espaço virtual pretende ser um ponto de encontro para a realização de debates e as possibilidades da viabilização e aplicação dos conceitos de ‘local’, ‘lugar’, ‘região’ ou ‘território’ numa metrópole tão cosmopolita como São Paulo, apesar de seus habitantes insistirem em ignorarem-se, mesmo sendo vizinhos.

Alguns podem argumentar que esta é uma ideia antiga. E realmente é. Ela vem do historiador e escritor francês Alexis de Tocqueville (1805 – 1859), que no seu livro Da Democracia na América, lançado em 1835, demonstrou que um dos fatores do sucesso da democracia norte-americana e consequentemente da jovem nação, era justamente a organização civil local predominante nas cidades e vilas que então surgiam no país.



                   Contemplando a vila de Farmington. em Connecticut, Estados Unidos (John Barber, 1836).



Embora houvesse o predomínio dos valores puritanos praticados pelos pilgrims (peregrinos), a população era representada no poder público por cidadãos comuns, comerciantes, empresários, fazendeiros, sem distinção do poder econômico ou classe social, propondo e fazendo passar leis que interessassem a todos; tudo muito bem divulgado e debatido por boletins e jornais locais que levavam a informação correta a toda população.  

Refletindo sobre a evolução do nosso Brasil e, especificamente, da nossa cidade de São Paulo, longe de simplesmente só desejar que a história tivesse tido um curso semelhante nestas latitudes, temos nos dias atuais pelo menos a opção de buscar uma explicação para nossos problemas, comparando com os fatores de sucesso de outras sociedades e sonhar em aplicar alguns mecanismos que talvez pudessem nos trazer muitos benefícios.

Depois de Tocqueville, ao longo dos últimos cento e oitenta anos, diversos economistas, historiadores, sociólogos, geógrafos, entre outros, demonstraram como o desenvolvimento econômico e social se deu em várias regiões do mundo, baseado principalmente no conceito de ‘local’. Vamos reproduzir as ideias deles nesse espaço. Será possível ou viável aplicá-lo numa região da cidade de São Paulo? Por que não refletir, debater e tentar?


    

                                 Pátio do Colégio. José Wasth Rodrigues, 1918 [Acervo do Museu Paulista]

Olá Vizinha (o)!


O que significa vizinho?

É aquele ou aquilo que está muito próximo, ao lado. Mais comumente associado ao morador nas mesmas redondezas, na casa ou apartamento ao lado, ou na mesma rua, prédio ou condomínio. Mas também podemos dizer que somos vizinhos porque estamos próximos, ainda que em outra escala. A região norte de São Paulo é bem vasta, mas ainda assim, quem mora na Casa Verde é vizinho de quem mora em Santana, pois estes são bairros próximos, no contexto da geografia da cidade.

Talvez possamos compreender melhor ainda o que é ser vizinho, avaliando alguns dos seus antônimos. Palavras como distante, diverso, diferente, desigual, ausente, distanciado nos dão uma compreensão melhor da importância da ideia da proximidade (vizinhança), pois em resumo dizem que não fazemos ideia do que se passa com o outro e vice-versa.

“Nós fazemos os nossos amigos, fazemos os nossos inimigos, mas Deus faz o nosso vizinho”
(Gilbert K. Chesterton, escritor inglês)

Urbanidade

O termo urbanidade é derivado de urbano, em referência àquele que habita uma cidade; que é  citadino, por pertencer ou ser próprio da cidade. Significa afabilidade, reunião de costumes, formalidade e comportamentos que expressam respeito entre pessoas, demonstrando civilidade. Como vizinhos, na mesma região e bairros desta enorme Metrópole de São Paulo, devemos e podemos cultivar os quatro significados da palavra. Só teríamos a ganhar!